"La vitta é vecchia" é
um espetáculo solo onde Luise Scherer personifica a figura de Dona Firmina, uma
velha senhora que vive solitária em sua casa e para passar o tempo trás a tona
suas reminiscências.
Luise
consegue sustentar sua figura durante todo o espetáculo, o que falta a montagem
é a definição de uma dramaturgia que consiga amarrar as diversas histórietas
que estão em cena. Em muitos momentos a narrativa se impõe através de uma
descrição, por exemplo: quando ela diz, vou tomar vinho, e o mais interessante
seria transformar essa descrição em ação. Outro problema é a direção de Régis
D'ávila que tem um material potente em suas mãos, porém não consegue explorá-lo
de modo a transformar a encenação em algo que consiga ao mesmo tempo divertir a
platéia e mostrar a que veio a personagem. As cenas não conseguem criar uma
dramaturgia que auxilie a mostrar as diversas facetas desta figura, são
fragmentos soltos que muitas vezes não levam a nenhum lugar.
Penso
ainda que algumas cenas em que abre para a platéia o jogo se fragiliza e não se
estabelece. A ideia de passar o biscoito aos seus visitantes é boa, porém
dependendo do tipo de plateia o jogo pode não se efetivar, como acontece de
certo modo em Montenegro.
As ações
de Firmina não são orgânicas e muitas vezes tendem a colocar a figura no
esteriótipo da velha.
O cenário
realista ao extremo prende um pouco a atriz, sendo que uma dica fosse o grupo
apostar mais na teatralidade da cena, onde cenas como a do rádio possam ganhar
mais espaço na peça.
Penso que
este espetáculo possa ganhar muita força ao investir primeiro numa dramaturgia
mais redondinha, segundo numa direção que não deixe a atriz tão solta e
terceiro que pudesse ser apresentado num espaço mais intimista, com uma platéia
reduzida, para que a comunhão possa acontecer efetivamente.
Comentário Crítico feito por Diego Ferreira sobre a peça La
Vitta é Vecchia do grupo Uivo do
Coyote de Santa Maria/ RS.
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