Edição 2012

Acompanhe nas postagens abaixo tudo o que aconteceu na primeira edição do Montenegro em Cena.

É chegado o final do 1º Montenegro em Cena

Chegamos ao final do 1º Montenegro em Cena! Foi uma semana incrível onde cumpriu-se a função primordial de um festival de teatro: trocar e aprender com a diversidade. Convivemos com seres humanos, artistas e colegas que gentilmente cederam e submeteram suas criações ao nosso olhar. Nesse tempo em que vivemos onde predomina o fragmentado, o rápido, o instantâneo, onde conheço o mundo mas não sei quem é meu vizinho, onde parece que estamos em uma autoestrada alemã sem radares, encontrar pessoas que resolvem parar e deixar sobre nossa responsabilidade alguns minutos do seu precioso tempo é algo que precisa ser cultivado.
Mais do que nunca nesses quatro dias cultivou-se a arte do bem querer, pois nas palavras do nosso querido jurado Carlos Mödinger “teatro também é afeto”. Nosso objetivo enquanto criadores é sempre acertar em nossas criações, mas já diria Dionatan Rosa que “não há botões que se apertam e ativamm assim como em um passe de magica, o que funciona ou não em um espetáculo.” É preciso mais do que tudo experimentar muito e incansavelmente. E festivais servem para isso, para nos ajudar a experimentar.
Esperamos nesta semana termos lançado a semente de uma nova ótica sobre o fazer festival, onde a competitividade é apenas um estimulo e não o objetivo final do fazer teatro. Existe premio maior do que o olhar atento de alguém na plateia? Existe algo maior do que viabilizar nossas produções? Existe premio maior do que admirar nossos colegas de trabalho? Fabio Castilhos nos disse que se estivermos em um grupo onde não se admira as pessoas que o compõem, talvez você ainda não tenha encontrado os companheiros certos para desenvolver suas criações.
Troféus apesar de lindos e desejados servem bem pra juntar pó. Olhares carinhosos, afetos, “fazer junto”, iluminam a alma, juntam vontades, juntam pessoas que juntos fortalecem a arte que todos nós fazemos.
Enquanto organizadores esperamos ter bem atendidos a todos vocês, e se não fizemos mais foi por falta de condições. De coração agradeço a cada um que esteve conosco essa semana. Já que esta pequena carta é também um ponto de vista ou a vista de um ponto, termino com as sutis palavras de Peter Brook

“nunca acreditei em verdades únicas. Nem nas minhas, nem nas dos outros. Acredito que todas as escolas, todas as teorias podem ser úteis em algum lugar, num dado momento. Mas descobri que é impossível viver sem uma apaixonada e absoluta identificação com um ponto de vista.”
Forte Abraço


Cássio Azeredo e Marcos Cardoso - Organizadores

Click aqui para o vídeo da premiação do 1º Montenegro em Cena
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Premiação do 1º Montenegro em Cena


     Domingo foi o encerramento do I Montenegro em Cena- o festival de Teatro de Montenegro que trouxe a cidade uma diversidade de propostas teatrais. Além da apresentação do Rei Cego do Teatro do Clã, foram conhecidos os vencedores da Mostra Competitiva. Abaixo tem a lista com os indicados e os vencedores em cada categoria estão destacados. Parabéns aos jurados Carlos Mödinger, Fábio Castilhos e Dionatan Rosa por terem cumprido o seu papel com muita eficiência.   Outro ponto alto do festival foi a inserção dos COMENTÁRIOS CRÍTICOS elaborados por Diego Ferreira do blog Válvula de Escape.
    A Marca Produções está muito feliz com o resultado do I Montenegro em Cena e que em 2013 as cortinas possam se abrir novamente para a realização de uma grande festa da cultura.
     O espetáculo "O amor é uma falácia" foi o grande vencedor conquistando 5 prêmios: Iluminação, Ator, Atriz, Direção e Espetáculo.
         Em breve estaremos postando as fotos dos espetáculos.


Abaixo a premiação:
MAQUIAGEM
Grupo Balança mas não cai - Eu te amo!
Catharina Conte - Vendetta Corsa - Porque minha ferida é mortal
 Laédio Martins - O amor é uma falácia
Sabrina Schwan - O auto da camisinha

ILUMINAÇÃO
Cristiano Adeli - Vendetta Corsa- Porque minha ferida é mortal
Rodrigo Azevedo - A lenda da cobra grande
Curto Arte - Receitas da Tia Herta
Laédio Martins - O amor é uma falácia


SONOPLASTIA
Grupo Só Deus sabe - A lenda da cobra grande
Curto Arte - Receitas da Tia Herta
Grupo Cheiro de Chuva - O auto da camisinha

FIGURINO
Grupo Cômica - Vendetta Corsa - Porque minha ferida é mortal
Curto Arte - Receitas da Tia Herta
Sabrina Schwan - O auto da camisinha
Mila Camargo e Allan Klaus - Eu te amo!

CENOGRAFIA
Cômica Cultural - Vendetta Corsa - Porque minha ferida é mortal
Grupo Só Deus Sabe - A lenda da cobra grande
Curto Arte - Receitas da Tia Herta

MELHOR TEXTO INÉDITO
Carlos Alberto Klein - Receitas da Tia Herta
Júlio Conte - Vendetta Corsa - Porque minha ferida é mortal

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Cristiano Schenkel - Receitas da Tia Herta
Odair Weisheit - Receitas da Tia Herta
Luciano Gabbi - O amor é uma falácia

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Joana  Dalpiaz - A lenda da cobra grande
Pamela Fogaça - O auto da camisinha
Aline Jones - Zuccos
Anna Júlia amaral - Zuccos

MELHOR ATOR
Mykael Júnior - O veleiro das estrelas
Carlos Alberto Klein - Receitas da Tia Herta
André Asmann - O amor é uma falácia
Paulo Roberto Farias - Zuccos

MELHOR ATRIZ
Fabiana Stefen Munari - A lenda da cobra grande
Izadora Gonçalves - A lenda da cobra grande
Raquel Guerra - O amor é uma falácia
Bruna Descovi - O auto da camisinha

MELHOR DIREÇÃO
Rodrigo Azevedo - A lenda da cobra grande
Carlos Alberto Klein - Receitas da Tia Herta
Laédio Martins - O amor é uma falácia


MELHOR ESPETÁCULO JURI POPULAR
As receitas da Tia Herta


PRÊMIO ESPECIAL DO JURI
A lenda da cobra grande -elenco

3º MELHOR ESPETÁCULO
A lenda da cobra grande - Só Deus Sabe/Maquiné


2º MELHOR ESPETÁCULO
Receitas da Tia Herta - Curto Arte/Dois Irmãos


MELHOR ESPETÁCULO
O amor é uma falácia - Ateliê do Comediante/Santa Maria

Abaixo o resultado final do Prêmio do Júri Popular - Indicações - Prêmios conquistados
11º Flores no Abismo - Experimento Strinberg
10º Para cada sapato um pato!
9º Zuccos - 3 indicações  -
8º Eu te amo! - 2 indicações
7º A lenda da cobra grande - 5 indicações
6º O auto da camisinha - 4 indicações
5º Vendetta Corsa - Porque minha ferida é mortal - 5 indicações
4º O amor é uma falácia - 5 indicações
3º Veleiro das estrelas - 1 indicações
2º Quase amores
1º Receitas da Tia Herta - 9 indicações
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Eu Te Amo! - Comentário Crítico.



           "Eu te amo!" é uma adaptação do texto "Quando as máquinas param" de Plínio Marcos realizada pelo Grupo Balança mas não cai. Confesso que textualmente a proposta decepciona e muito, pela ousadia de  Allan Klaus negar o texto de um dos melhores dramaturgos brasileiros ao lado de Nelson Rodrigues. Se eu retiro o que o Plínio me dá de melhor, qual o sentido de montar um texto seu? Nenhum!

                Quando as máquinas parar tem um discurso que projeta uma realidade social, onde a poética de sua dramaturgia está associada a marginalização e a denúncia da degradação e miséria humana e o Grupo Balança mas não cai ignora isso e constrói um espetáculo correto, porém injusto com o propósito de levar Plínio para o palco. Adaptações e experimentações acercas de obras conhecidas e consagradas são sempre bem vindas desde que o cerne seja mantido, desde que eu, enquanto artista queira se utilizar da voz de determinados autores para estar colocando a minha visão acerca daquela obra, daquele contexto, mas ora pegar um texto como este e dar uma conotação romântica dos anos 40? Realmente não consigo entender o que levou Allan a fazer isso. É até aceitável que a história seja interessante, mas para mim o mais importante são os conflitos existentes na obra e isso passa quase batido.

               Enquanto encenação a direção que também é do Allan consegue construir um espaço interessante, naturalista, assim como a construção das personagens, um figurino equilibrado, com exceção da touca de dormir utilizada por Lola que provoca o riso da platéia numa cena que eu considero não ser engraçada, justamente por estar fora de contexto. A trilha sonora além de ser mal operada, não auxilia na construção de climas, e as vezes é de extremo mau gosto, como no caso da trilha incidental do filme "O mágico de Óz" , que deixa a cena piegas e a extensão é demasiada e acaba na cena em que Lola está rezando, tornando-a desinteressante e a música acaba não criando a densidade necessária a cena. Outra questão é que a trilha não precisa servir de referencia para entrada e saídas dos personagens, pois quando ocorre um erro como aconteceu hoje o ator não estará preso a está marca.

        E por falar em densidade, creio que falta uma profundidade na construção do personagem Lola, está muito boazinha, limpinha nos gestos e fala, creio que precisaria sujar mais o comportamento desta personagem, criar uma personagem mais humana e menos heroína e atentar para as mãos crispadas e sem ação. Já a construção de Antônio é forte e mais intensa, acredito bastante na figura de Allan que acaba deslizando apenas no final com a consumação da tragédia, mas está inteiro e verdadeiro e também não sabendo muito onde colocar as mãos, sendo que as vezes quer colocar no bolso e não acha os bolsos ficando no meio do caminho

                O grupo precisa repensar os buracos criados na cena, vários momentos o palco fica sozinho, sem nada acontecendo, talvez nem precisasse sair de cena para solucionar esses vácuos. O biombo preto serve como uma coxia para troca de figurinos, mas fiquem atentos pois tem uma cena acontecendo com Allan no foco, mas o meu olhar desvia para atrás deste biombo pois se consegue enxergar a atriz trocando de roupas e não é nem a personagem quem troca e sim a atriz, detalhes que podem ser repensados para melhor apresentar o espetáculo.

                  Em suma, se tem um espetáculo interessante, que tem uma força, se sustenta, mas o problema maior é a traição ao Plínio Marcos, inaceitável pela forma como foi executada, pois se fosse me dito, este espetáculo foi escrito por fulano e ponto, eu não teria a referencia do Plínio entende? Eu não estaria comparando e querendo saber o que aconteceu com o texto original, mas partiria do zero, o que não posso ignorar aqui. Outros detalhes que se forem trabalhados de forma consciente podem render bons frutos ao grupo.



Diego Ferreira - Comentador Crítico do I Montenegro em Cena



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Zuccos - Comentário Crítico



          "Zuccos" é um espetáculo que veio de Porto Alegre e trata-se de uma adaptação do texto Roberto Zucco de Bernard-Marie Koltès. Pautado na fragmentação, o espetáculo constrói um grande painel repleto de signos que muitas vezes acabam não auxiliando na comunicação com o espetador. O texto do Koltès já é pautado pela fragmentação, mas cada fragmento vai se estruturando e compondo uma rede que traça o perfil do serial killer Zucco. O mesmo não acontece neste experimento de "Zuccos", pois existem micro-cenas que isoladas, acabam não comunicando nada e dentro da grande estrutura aparecem soltas e deslocadas.

        São muitos os elementos presente na cena e é preciso ter o cuidado de que cada um esteja ali presente pela necessidade e não para preencher a cena de imagens esteticamente belas. Porque os méritos da peça são justamente essas imagens criadas pelo elenco, que tem disponibilidade e precisão, imagens poéticas como a cena dos balões vermelho, ou até mesmo a cena em que a atriz utiliza a farinha como elemento. São cenas belas, bonitas que funcionam muito bem enquanto plástica, mas que perdem dentro do contexto da dramaturgia, atrapalhando o entendimento da peça. Entendo que a proposta é experimental, mas mesmo trabalhos com este caráter, querem se comunicar com a platéia, com seu interlocutor e por isso sugiro este cuidado em selecionar o que realmente é necessário para se contar a história de Zucco e o que não é.

        Por exemplo, no proscênio do palco a diversas partes de bonecas, assim como nas laterais da platéia existe a presença de painéis cheio de recortes de jornais que não significam nada, estão ali por estar, os restos de bonecas são ótimos, porém não são utilizados em nenhum momento. Outro demérito é a projeção de vídeo, que é bacana, moderna, mas o elenco não pode se tornar refém disso, pois quando não funciona o equipamento a cena tem que funcionar sem este recurso.

Algumas vezes a ação acaba não se desenrolando, com por exemplo, na cena dos balões vermelhos, que esteticamente é linda, mas acaba caindo na obviedade sem o fator surpresa, pois sabemos de antemão que todos passaram pela experiencia de compartilhar os seus depoimentos.

       A cena do assalto do carro foi reconstruída e consegue alcançar um resultado ótimo. Assim como a cena dos balões.

Um dos pontos altos foi a inserção de vídeos sobre assassinos da história e me chama a atenção um trecho sobre o Nardoni, pois ali eu achei o que não consegui visualizar durante a peça, ali encontrei o cerne que é a violência e a alteridade humana, e para o jovem elenco falta isso, a potencialidade da violência, a gana, o frágil, humano e animal irracional de Zucco, essas diversas facetas que compõe o perfil deste personagem que pode render e muito dentro do espetáculo.

          Que bom que tem um elenco que consegue sustentar a proposta, mas ainda creio que o caminho seria buscar uma profundidade maior na construção dos personagens e na sua relação com os demais personagens.  No elenco coeso destacam-se as presenças de Catharina Conte e Anna Júlia Amaral, pela presença e força empregada na construção das personagens, conseguindo um pouco melhor que os demais, sair das marcas da cena e agir de modo mais natural.

          A trilha sonora executada ao vivo é boa e pontual, auxilia muito na construção da peça, mas a proposta se contradiz quando é utilizada uma trilha mecânica e o músico ali no palco sem fazer nada. A sonoridade provocada pelas facas, que eu chamei de violino de facas, não funciona, pois não significa nada e o som acaba não chegando no público nem tão pouco reverberando na cena.

         Gostaria de parabenizar o coletivo pelas escolhas e soluções e sei o quão difícil é querer explicar Koltès e sua obra, e talvez o mérito da montagem seja este, de fugir dos clichês e tentar buscar vários significados as intenções do autor, e a busca de novas soluções pode ser uma alternativa, mas atentando apenas para não se perder num emaranhado de simbologias que utilizadas de modo demasiado pode significar nada.



Diego Ferreira - Comentador Crítico do I Montenegro em Cena


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O Amor é uma Falácia - Comentário Crítico



         "O amor é uma falácia" do Ateliê do Comediante de Santa Maria trouxe ao Montenegro em Cena um arrojado espetáculo baseado na obra de Max Shulman. Arrojado porque consegue construir um trabalho que coloca o ator no centro da cena, e os atores conscientes disso, aproveitam cada segundo que estão no palco, seguros e plenos, corretos em todos os sentidos, respeitando os tempos, as pausas a respiração. O espetáculo é uma ode ao trabalho do ator, um exercício que abomina todo e qualquer tipo de recursos, demostrando que é possível construir um espetáculo interessante apenas com uma luz básica, a utilização de lanternas, a ausência de trilha sonora, e o fundamental: a presença do ator.  André Assmann, Luciano Gabbi e Raquel Guerra que juntamente com Laédio José Martins fazem do despojamento o seu grande triunfo, conseguindo através disso construir uma cena limpa, sendo possível ao espectador acompanhar a trama de forma tranquila, assim como os atores a contam, de um modo tranquilo e isto possibilita a compreensão das ações dramatúrgicas do inicio ao fim.

      Além de todas essas escolhas certas, a peça acaba ganhando um tom didático, no bom sentido, pois explicita o conceito de falácia, além de nos dar vários exemplos, que dão a tônica cômica ao trabalho.
       A direção foi muito feliz em todas as escolhas, o trio de atores é ótimo, mas vou ter que destacar e parabenizar a magistral atuação de André Assmann que confere a sua segura interpretação um minimalismo impressionante, correto no texto e dicção e disponibilidade corporal que Luciano também demostra. Já a personagem de Raquel é carismática e é o eixo da trama e ganha o público principalmente pelo bordão "bacana".

Diego Ferreira - Comentador Crítico do I Montenegro em Cena

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O Auto da Camisinha - Comentário Crítico



           O auto da camisinha" é mais uma grata surpresa dentro do Montenegro em Cena. Um espetáculo que se estrutura a partir do texto de José Mupurunga, um dramaturgo cearense, autor também de "Farsa do Panelada" que foi o texto premiado no 2º Prêmio Carlos Carvalho de Porto Alegre.

A dramaturgia coloca em evidência a ação desenvolvida em dois planos, o celestial e o terreno, onde desfilam figuras como o diabo e o anjo, personagens que sempre aparecem nos folguedos e dramaturgia popular brasileira, tendo como um bom exemplo Ariano Suassuna e seu Auto da Compadecida.

           A peça começa com uma música do Cordel do Fogo Encantado  e logo em seguida é dito um texto que também é do Cordel, demostrando a abertura da direção em agregar outros fragmentos que possam ajudar a contar a história. E na minha opinião o grupo consegue um ótimo resultado na construção do seu espetáculo, dentro de um espaço equilibrado, com a utilização de poucos recursos de cenários.

O texto, apesar de conter uma métrica, que é uma característica do autor, precisa ser um pouco mais trabalhado, buscando um ritmo mais apropriado, mas mesmo assim percebo que está bem internalizado pelo elenco que é bastante coeso. O sotaque nordestino não chega a atrapalhar a apreciação da peça, penso que o grupo consegue até extrapolar um pouco a caricatura nordestina.

            A trilha sonora executada ao vivo pela bandinha dá um colorido todo especial a cena, pontuando determinadas ações e em alguns momentos são cantadas algumas canções que fazem parte do cancioneiro popular e penso que conseguem alcançar bons resultados com isso.

       Preciso destacar primeiramente a direção de Sabrina Schwan, pela criatividade e coragem em construir um espetáculo belo e poético, repleto de soluções bacanas e inteligentes, concebendo uma montagem que dá valor a visualidade, com uma boa maquiagem, uma paleta interessante de cores dos figurinos e iluminação. Destaco também todo o elenco, alertando apenas para cuidar a respiração em determinados momentos da execução das ações e canções, e deste elenco destaco a atriz Barbara Marmor, que possui um olho que brilha e tem um bom trabalho de interpretação e  também a Bruna Descovi que consegue segurar muito bem a sua personagem.

        O grande barato da montagem é que este tipo de peça poderia cair num pieguismo didático facilmente, mas conseguem ir muito além disso, construindo um espetáculo divertido, correto e repleto de acertos.


Diego Ferreira - Comentador Crítico do I Montenegro em Cena

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Receitas da Tia Herta - Comentário Crítico



              "As receitas da Tia Herta" da Curto Arte começa e vemos um grande cenário realista, que prima pelo detalhe. O fogão, as paredes, os vidros de chá, a janela, a caneca, a água, tudo é real, até mesmo os efeitos de luz que representam os trovões. O espetáculo é uma comédia, que eu poderia chamar de "comédia de costumes", mas estaria me contradizendo, pois a comédia de costumes é um gênero que caracteriza-se pela criação de tipos e situações de época, com uma sutil sátira social, onde Martisn Pena é mestre. E "As receitas de Tia Herta" não nos trás nem tão pouco um conflito ou sátira social, apenas motes e histórias cômicas que caracterizam a peça. É uma comédia que tem uma boa dramaturgia, onde Carlos A. Klein consegue captar muito bem as situações que caracterizam o povoado alemão no estado. A platéia adere muito bem a proposta de um teatro popular, que é muito bem feito em todos os sentidos. A direção é pontual, os atores são ótimos na construção dos tipos em cena, mas destaco o trabalho de  Odair Weisheit  como Valdir, pois além de ser muito boa a sua construção, vejo o ator em trabalho, com todo o corpo, transpirando e suando em cena e isto é bom de ver. A trilha sonora é pontual e auxilia no andamento do trabalho.

             O espetáculo tem um ótimo resultado em todos os sentidos: atores bons, direção criativa e pontual, trilha funcional, texto que consegue concentrar a ação e exercer o básico de uma dramaturgia que é ter um inicio, um meio - conflito, e um fim- desenlace, que aliás é muito bem resolvido. Mas tem o essencial que é conseguir ter o espectador ao seu lado.



Diego Ferreira - Comentador Crítico do I Montenegro em Cena

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Flores no Abismo - Comentário Crítico



               Para começar a análise de "Flores no abismo - Experimento Strindberg" divido abaixo o material enviado pelo grupo a produção do festival: Flores no abismo-Experimnto Strindberg, é uma investigação teatral com base no Teatro-Performance apropriando-se do texto”A mais forte”.Conta a história de duas mulheres que ao descobrir estarem casadas com o mesmo homem planejam vingança,o que elas não imaginavam é queo destino lhes reservaria algo inesperado.Angustias,medos,perdas e amor,uma investigação sobre o comportamento humano.A sinopse do espetáculo já detona que o que podemos esperar da montagem é:
     1º - Um experimento calcado na obra de Strindberg
     2º - Uma investigação teatral
     3º - Bases calcadas no Teatro-Performance
              O espetáculo decepciona justamente por prometer demais e não cumprir, cria um ambiente inicial propicio para que a narrativa se instalasse no palco e iniciasse a sua comunhão com o público. Mas já na abertura, a cena com as lanternas é rompida rapidamente, já passando para o próximo momento. O cenário é bonito e equilibrado, é bastante funcional e auxilia no desenrolar da peça. Surgem algumas imagens interessantes, mas nem o texto que é dito de forma ritualizada nem tão pouco a trilha que é exagerada, pontuando toda a ação auxiliam para que essas imagens fossem potencializadas e convergidas para melhor contar essa história baseada em Strinberg.
              As marcas da cena não permitem que os atores evoluem na composição dos personagens, que utilizam uma métrica no dizer o texto, tornando-o totalmente rebuscado. Mas há uma exceção, no caso dos diálogos de Bruna Stefany e Joana Guerreiro que em alguns momentos conseguem vencer essa rigidez do texto e fugir um pouco desta métrica, mas podem evoluir muito ainda. A movimentação é suja, desnecessária e me faz pensar que o que estou assistindo trata-se de uma miscelânea de linguagens, dentro de uma proposta boa, mas mal executada. O espetáculo com tudo isso acaba ficando chato e sem sentido, e isso que eu adoro propostas que a primeira vista não tenham sentido, mas que no decorrer vão desvelando informações e significados.
            Me dei o trabalho de contar o intervalo que a peça ficou sem a presença da trilha sonora, exatos 6 segundos, e um trabalho como este que precisa de momentos de tensão, de pausas e principalmente precisa de SILÊNCIOS.
            A dicção dos atores não é boa, mas isso se acentua principalmente nos meninos. O grande mérito é o de ousar na escolha deste texto e deste autor, demonstrando a coragem de experimentar, e minha dica é esta, não desistam desse caráter experimental, mas experimentem conscientes do tipo de proposta que estão querendo trabalhar.

Diego Ferreira - Comentador Crítico do I Montenegro em Cena

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Quase Amores - Comentário critico



           "Quase amores" é uma adaptação do livro "Dez (quase) amores" de Cláudia Tajes realizada por Ana Makki para o Grupo OTC. O livro retrata a vida de Maria Ana e seus encontros e desencontros amorosos. A adaptação para o palco é correta, mas não adequada para este grupo de jovens atores. Penso que este tipo de texto não é o mais adequado para ser trabalhado com jovens. Primeiro por se tratar de um texto que não é dramaturgia, e penso que ao se trabalhar com jovens o bacana seria selecionar um texto, que a priori, pudesse auxiliar na construção do espetáculo favorecendo a construção de personagens que fossem mais palpáveis aquele grupo, pois aí poderia ocorrer uma  internalização dos personagens, e os atores poderiam se ajustar melhor dentro do contexto. E isto é uma função do diretor, ter essa visão exterior, uma visão sistêmica de enxergar o que o seu elenco pode render em determinado contexto. Existe uma infinidade de textos que vão ao encontro da proposta de teatro jovem que pudesse melhor aproveitar o elenco, proporcionando a este elenco uma maior diversão em cena,  que não ocorre aqui.
           Para mim este é o problema chave, como o elenco é demasiado jovem não consegue se apropriar das questões abordadas pela narrativa da peça, e acabam apenas seguindo as marcas, pois é lógico, estes pequenos não tem estofo para contar a história de relações amorosas que ainda não vivenciaram. Daí as ações e interpretações são construídas em cima de esteriótipos, sem ritmo deixando uma infinidade de vácuos na ação, cada vez que um personagem se deslocava em direção a arara de roupas e adereços localizada no centro do palco,  este tempo não era utilizado para nada. Outra questão é a presença desta arara em cena, na minha opinião, ela não precisava nem existir, nem tão pouco as roupas e acessórios, pois não acrescentam em nada na ação, pelo contrário, atrapalham e deixam a cena bastante literal. Como sugestão eu aboliria todos os elementos, deixaria apenas os pufes, e investiria na construção de cada personagem, de cada tipo ou de cada esteriótipo, mas sem a utilização e troca-troca de roupas, o que acaba sendo apenas uma bengala para o ator, pois não altera em nada nos personagens. O figurino preto básico funciona muito bem e poderia ser assumido enquanto teatralidade, e ao invés de a cada troca de personagem eu trocar de roupa, experimentar trocar o corpo do ator, a voz, o deslocamento, sem acessórios, apenas no trabalho do ator, creio que otimizaria a questão do tempo, equalizaria a questão espacial e ainda por cima poderia auxiliar na construção de um outro ritmo, necessário em montagens como esta, que trabalha através da composição e desconstrução de tipos.
        Os atores agem como atores-narradores, outro aspecto que não funciona porque o narrador tem o mesmo tônus do personagem, (ou melhor não tem tônus, nem físico nem vocal, não acontece uma diferenciação).
Ao elenco sugiro que esqueçam as marcas da direção e que procurem se divertir em cena, as situação apresentadas podem ser engraçadas, não pela piadinha gratuita, mas pelo modo como cada ator abordar seu trabalho.
           A montagem apresenta uma sucessão de equívocos em sua execução, como por exemplo: Matheus Kleinubing com seu personagem Reginaldo consegue construir um tipo engraçado, porém enquanto conversa com sua colega de cena, não olha para ela, mas sim para a platéia, uma especie de triangulação, outra cena é a da churrascaria, onde os elementos são objetos invisíveis  mas então porque colocar as roupas dos personagens? É isso que eu sugiro, de decidir qual linguagem vai utilizar e investigar a fundo, trabalhar a força do elenco, brincar mais com as nuances da iluminação, pois ela pode ser o delimitador do espaço e dar esta diferença que não é alcançada com a simples troca do figurino.
         Cássio poderia amarrar melhor todos os elementos e seguir adiante com a peça, mas tentando provocar neste elenco uma tensão, e esta tensão transformada em ação e energia.

Diego Ferreira - Comentador Crítico do I Montenegro em Cena

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A Lenda da Cobra Grande - Comentário Crítico


 
               "A lenda da cobra grande" do Grupo Só Deus sabe, de Maquiné foi uma grata surpresa dentro da programação do Festival Montenegro em Cena. Um espetáculo repleto de acertos e méritos, a começar pela adaptação do texto homônimo de Carlos Carvalho, uma grande brincadeira, levada muito a sério pela equipe da peça. A concepção do espetáculo prima pelo detalhe, demostrando que com competência e criatividade se consegue realizar um bom espetáculo, e "A lenda da cobra grande" é muito bom teatro.
                A dramaturgia adaptada pelo Rodrigo Azevedo é transformada em ação, através de um trabalho que conseguiu amarrar muito bem todos os elementos da cena para contar esta história. O texto se utiliza de uma metalinguagem onde as atrizes estão ensaiando uma peça para contar a lenda da cobra grande, mas quando dão-se conta, já estão no centro da cena realizando a apresentação para o público.
               O jogo e a brincadeira estão presentes em todo trabalho, assistimos a muitas cenas de coro, de grupo, que são feitas e desfeitas de modo orgânico, coletivo, tranquilo. Os figurinos de Marli Munari e Rodrigo Azevedo, além de bonitos, são extremamente eficazes na composição das cenas, pois o material, textura e cor consegue um jogo muito equilibrado com a pontual iluminação que torna a cena esteticamente bela. Outro acerto é a ambientação cênica, equilibrada e funcional, sendo que as caixas de madeira conseguem contribuir muito no desenrolar da trama, aliadas as projeções realizadas através do teatro de sombras, que poderia ser um pouquinho mais aproveitada de tão bom que era. A solução encontrada para materializar a cobra com a silhueta da cabeça e o corpo com as caixas verdes é de extremo bom gosto e criatividade, impactando o espectador e com elementos tão simples e este é um dos méritos da produção, conseguir potencializar materiais e adereços tão simples tirando o máximo de teatralidade deles. Existem ainda outros elementos que auxiliam na concretização da encenação como o tecido ao fundo onde aparecem as cabeças das pessoas que a cobra engoliu, as velas, as mascaras, além da sonoridade que é muito precisa e bem executada. Duas cenas que para mim são destaque: a divertida cena do gol com as placas costuradas nas saias das atrizes, criativa e surpreendente, e a cena da procissão com as velas que além de ser linda é engraçada.
              Parabéns ao elenco que é homogêneo, onde todas as atrizes estão muito bem em cena, super a vontade sem estar apenas seguindo as marcas propostas pela direção e parabéns ao Rodrigo Azevedo que consegue criar um espetáculo limpo, criativo, com soluções criativas e surpreendentes que fazem o espectador embarcar nesta viagem bonita que é o universo teatral.

Diego Ferreira - Comentador Crítico do I Montenegro em Cena

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Vendetta Corsa - Porque a minha ferida é mortal! Comentário Crítico



          "Vendetta Corsa - Poque minha ferida é mortal" trouxe qualidade ao Montenegro em Cena. Um espetáculo provocante e extremamente belo.
         A peça é estruturada dentro de uma linguagem contemporânea e faz uso de uma série de elementos que precisa ser destilada em camadas. E esse é o grande mérito da montagem, provocar o espectador a desvelar uma série de códigos e signos impregnados de teatralidade.
        Aplaudi o espetáculo em pé, e aqui louvo a dramaturgia(s), e grifo o termo dramaturgias, assim mesmo, no plural, porque o espetáculo possui várias camadas dramatúrgicas, sendo que dramaturgia não é somente o texto, mas sim a dramaturgia textual, visual, espacial, sonora, corporal. Todas essas formam o grande quebra-cabeças que é Vendetta Corsa.
             O espetáculo é repleto de acertos a começar pelo espaço cênico, uma cenografia nada realista, que já denota o clima da trama. Facas suspensas sob fios vermelhos. Sangue.  Um céu de facas que coloca todos sob o mesmo teto, sob a mesma condição. E isso está lá na cena. Todos os personagens tem o mesmo discurso, todos tem as mãos marcadas pelo sangue. Todos fazem parte do mesmo jogo.
              O texto é pautado pelo corte, pelo fragmento, com diálogos curtos e ágeis, dando o ritmo  a ação.  A ação da peça se passa em Porto Alegre e o texto trás uma série de referencias como a Garibaldi, a Farrapos, os imperadores do samba, a voluntários da pátria, dando um referencial geográfico e de espaço a cena. A cena das meninas lésbicas é bonita e provocadora e a cena final impactante unindo o texto e a projeção. Outro aspecto importante é a utilização de atores-narradores que ao mesmo tempo que fazem, narram  e comentam a ação. A iluminação é funcional e correta. A trilha é bem selecionada, funciona no contexto da cena, mas é demasiada, pontua toda a ação, faltando espaço para o silêncio, a pausa, o vazio e deixando de potencializar outros modos de produzir som no espetáculo como por exemplo, a respiração inicial dos atores, os jornais sendo rasgados ou manipulados, a água derramada, o barulho das rodinhas da cadeira ou até mesmo o silêncio que auxiliaria a criar o clima necessário para fisgar o espectador, pois o espetáculo é lindo, é correto, os atores são muito bons, mas o espetáculo não chega a me emocionar, talvez não era para me emocionar mesmo, mas o que é certo é que pude compartilhar uma grande experiencia estética que me  provocou sim, mexeu comigo sim, meus olhos brilharam sim e por isso afirmo que"Vendetta Corsa" é um dos melhores espetáculos que assisti nos últimos tempos.

Diego Ferreira - Comentador crítico do I Montenegro em Cena.

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Pra cada sapato um pato! Comentário crítico


     
         "Pra cada sapato um pato!" veio representar Novo Hamburgo no Festival de Teatro Montenegro em Cena.
       A cena inicia com uma espécie de ritual de candomblé, com tambores, velas e um despacho é deixado em cena. Logo em seguida vem um lixeiro que reclama daquele despacho, dizendo que é um absurdo aquele lixo e que ele não vai botar a mão em nada, mas logo em seguida ele se agacha e põe a mão no lixo! Uma das muitas contradições apresentadas pela peça.
         A narrativa da peça gira em torno da situação calçadista de Novo Hamburgo, realidade transformada em dramaturgia pelo Paranóia através das mãos do diretor Luis Fernando Rodenbuch. A exploração da classe operária é o tema central da trama, que levanta uma bandeira que faz parte da realidade dos moradores da região. O espetáculo trás um leque de personagens calcados na caricatura e esteriótipo. Desfilam no palco a secretaria enjoada, o gay, a perua entre outros. Por outro lado a peça apresenta outros personagens que poderiam ter maior profundidade como a operária Jurema e seu esposo que enfrentam problemas de saúde em decorrência dos malefícios causados pela exploração trabalhista. A peça poderia ser classificada como Teatro-Empresa, pelo tema proposto, mas como não gosto de rótulos, sendo que para mim teatro é teatro e ponto final, digo que a peça também tem algumas características que não a excluem de ser um espetáculo que funcione fora do ambiente empresarial.
      O elenco é numeroso e conta com muitos jovens e adolescentes, sendo que alguns estariam debutando no palco. Este é um dos grande méritos desta peça, de colocar sobre o palco uma nova geração de atores, que com seus erros e acertos estão em processo de aprendizagem e isto é emocionante. Já o espetáculo em si, deixa em muitos aspectos a desejar, mas tem alguns pontos positivos.
      A ideia da trilha sonora ser executada ao vivo é um ponto bastante favorável, pois valoriza o espetáculo, mas ainda sim poderia ser melhor utilizada, potencializada e apostar de verdade na inserção destas, que as vezes entra timidamente ou com volume baixo. Os atores também poderiam trabalhar melhor a projeção e dicção do texto, pois as vezes não conseguíamos entender o que era dito no palco.
        Uma das coisas que incomoda são aquelas mascaras utilizadas pela banda, que além de não serem bonitas esteticamente, não dizem nada, não auxiliam a contar a história. A ideia do ônibus é ótima e esta cena demostra um dos caminhos que o grupo poderia seguir, o de investir na teatralidade, ou seja, ao invés de misturar linguagens, se agarrar em objetos reais e concretos, poderia seguir por este caminho de tornar as ações mais teatrais, menos burocráticas, mostrando ao público que aquilo que estamos assistindo é teatro, que é jogo, que aquele signo é um ônibus, e a platéia lê e interpreta esses signos propostos.  Outro ponto positivo e que exemplifica esta ideia de teatralidade é a utilização das cordas, mas que não é aproveitada, a cena é rápida e logo se desfaz, perdendo uma grande oportunidade de conseguir uma cena funcional dentro da peça.
        A dramaturgia peca em lançar para público pequenos dramas e fragmentos de histórias que ao final acabam não se concretizando, como a história de Jurema e o marido, o concurso da Garota Sapatão, o pessoal do teatro que vai até o patrão solicitar patrocínio, o assalto e a consequente morte do patrão, enfim, se criam vários nichos sem grandes conflitos e desfechos.
      A cena final poderia vir a ser impactante se fosse melhor dirigida, mais limpa, pois a imagem da classe operária enterrando o patrão-algoz e jogando sobre ele o produto de seu trabalho, os sapatos, poderia ser impactante, se o cunho político e estético fosse abordado de outra forma e durante todo o desenrolar da trama.
       Mas parabenizo ao Rodenbuch pela logística de trazer todos os seus alunos para o festival e despertar neles este amor pelo teatro e que através desta experiência eles possam seguir adiante produzindo e aprendendo cada vez mais.

Diego Ferreira - Comentador crítico do I Montenegro em Cena.

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O Veleiro das Estrelas - Comentário Crítico

   
                 "O veleiro das estrelas" do Arena da Arte de Sapiranga foi o primeiro espetáculo da mostra competitiva a se apresentar no palco do Teatro Roberto Athayde Cardona, dentro do Festival de Teatro - Montenegro em Cena. O espetáculo tem texto e direção de Karina Bayer e fala da trajetória do personagem Eduardo e sua capacidade em superar desafios. Todo o enredo é construído sob a ótica da ilusão, num universo que mistura planos: o da realidade e o do sonho.
             E justamente esta mistura de planos que torna o espetáculo confuso, sugiro que a diretora/dramaturga e atriz pudesse explorar mais estes planos, distinguindo o que é realidade? o que é sonho? E a partir desta diferenciação  construir o espetáculo e potencializar o jogo dos atores, da iluminação e não apenas da trilha sonora que teve essa função de secção de planos e na minha opinião não ajuda a construir a .
              O conflito central do texto é bastante interessante, mas o teatro não é apenas texto, mas sim corpo, imagem e ação e é aí que O veleiro das estrelas fica nos devendo, pois os personagens ficam sem ação, o tempo é estendido e linear e a iluminação não auxilia muito, ficando algumas vezes os atores no escuro.
         As acrobacias iniciais são boas, mas com um tempo demasiado estendido e logo percebemos que a coreografia serve para a montagem do cenário composto por uma cama e uma cadeira, mas que não acrescenta em nada no desenrolar da história. Por que ao iniciar a peça o cenário não poderia estar já no palco? Outro exemplo é o passeio que Rafael faz com                                       Edu pela platéia, e ainda o faz duas vezes? Creio que isso é desnecessário, podendo ser utilizado uma ação mais simples para mostrar o passeio.
               O grande mérito deste espetáculo é a atuação de Mykael Junior que convence muito na composição de Eduardo, um jovem ator que conseguiu concentrar a ação do personagem, e se o contexto ajudasse poderia ter cenas fortes e tocantes a exemplo da cena final. Outro destaque é a maquiagem que caracteriza os animais.
              O veleiro das estrelas não chegou a me tocar, nem tão pouco a platéia, creio eu, que ficou dispersa em vários momentos, mas se houvesse uma concentração da ação no conflito de Edu, se as cenas oníricas fossem potencializadas o trabalho ganharia muito em densidade e emoção.

Diego Ferreira - Comentador crítico do I Montenegro em Cena.

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Acaba de sair uma reportagem no jornal O Progresso sobre o 1º Montenegro em Cena

" Alguns grupos confirmaram participação após o envio do release para o jornal, portanto são 11 grupos concorrentes, mais 2 convidados de teatro e um grupo de dança."
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Acaba de sair a programação oficial do 1º Montenegro em Cena




 (clique em cima da imagem para facilitar a visualização).
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Atrás das Coxias-Especial Jurados

Seguimos a série “ATRÁS DAS COXIAS” dando uma atenção especial aos avaliadores do nosso Festival. Acreditamos que não há nada mais generoso em teatro do que um colega que empresta o seu olhar, suas ideias e pensamentos para qualificar nossas criações. Desvendamos então os nossos jurados:

              Fábio Castilhos
Ator, diretor, dramaturgo e arte-educador, formado no curso de Graduação em Teatro: Licenciatura da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul em convênio com a Fundação Municipal de Artes de Montenegro. Participou do grupo de pesquisa “Ator Autor”, coordenado pela atriz e professora Tatiana Cardoso e também do Grupo Experimental de Teatro da Prefeitura de Porto Alegre, coordenado por Maurício Guzinski. Desde 2008 é integrante do Grupo Trilho de Teatro Popular de Porto Alegre. Ganhou o prêmio Tibicuera de Teatro Infantil 2011 de Melhor Direção e Melhor Dramaturgia, com o espetáculo “O Baú – Lembranças & Brincanças”, do Grupo Trilho.


              Carlos Mödinger

            Licenciado em Educação Artística com Habilitação Artes Cênicas pela         UFRGS, e Mestrado em Letras – área Teoria da Literatura pelo PUC-RSl. Atua como professor de Teatro na FUNDARTE – Fundação Municipal de Artes de Montenegro desde 1993. Também em Montenegro é professor no Curso de Graduação em Teatro: Licenciatura na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul desde 2002, onde atualmente é coordenador do Curso de Teatro desta Universidade.

           Atuou entre os anos de 1997 a 2000 como oficineiro de teatro no Projeto Descentralização da Cultura da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, além de ter participado de montagens referenciais no teatro gaúcho como: A megera domada. Peça teatral de Shakespeare com direção de Patrícia Fagundes; Os Enganadores da Morte. Peça teatral de rua com direção de Jackson Zambelli; Um Conto de Inverno. Peça teatral infantil dirigida por Irion Nolasco; O Bandido e o Cantador. Peça teatral com texto de Eduardo Galeano e direção de Patrícia Fagundes.

            Dionatan Rosa
Graduado no curso de Bacharelado em Artes Cênicas – Habilitação em Direção Teatral pela UFSM de Santa Maria. Atuou em diversos espetáculos como: “A Esbofeteada” – dir. Claudia Pacheco; “Essas são as nossas relações naturais” – dir. Douglas Winkelman; “Os Pequenos Legumes” – dir. Jean Langbecker; “A Intrusa” – dir. Juliana Demori; “Anjo Negro” e “O sonho” – dir. Helquer Paez; e “Dois de Paus” – dir. Paulo Guerra. Dirigiu montagens como: “Na carne” – adaptação da obra “Navalha na Carne” de Plínio Marcos; “Álbum de família” e “Dorotéia” – dos homônimos de Nelson Rodrigues; “Surrealice” – adaptação da obra “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carol; “Torta de Baunilha” – do homônimo de Gabriel Albera; e “Bodas” – contos de “A vida como como ela é...” de Nelson Rodrigues. Dionatan é também iluminador, produtor cultural e ministrou diversas oficinas pelo estado, além de ganhar inúmeros prêmios em festivais.
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Atrações convidadas para o 1º Montenegro em Cena


Segue as atrações convidadas que irão compor a Programação o 1º Montenegro em Cena.

Grupo Deixa Quieto – peça Moda de Viola de Salvador.

Com direção de Marcos Cardoso, os alunos do grupo Deixa Quieto, da Fábrica de Sonhos de Salvador do Sul apresentam a peça Moda de Viola. Essa é a primeira montagem do Grupo Deixa Quieto. Esse trabalho é resultado de um processo desenvolvido durante o ano de 2011 e teve como objetivo resgatar a cultura caipira como uma homenagem ao homem do campo. Esse foi o mote para diversas improvisações que resultaram na estrutura atual do trabalho. A montagem nos mostra a história de Maria e Ana. As duas cresceram escutando as modas de viola do pai e sonhando com o dia em que iriam ver um show de uma dupla sertaneja na cidade. Esse dia chega e elas, juntamente com o burro Policarpio, enfrentarão os perigos da cidade e levarão consigo a dor da saudade. Essa peça recentemente recebeu os prêmios de Melhor Trilha Sonora, Melhor Ator para Lucas Peiter, Melhor Atriz Coadjuvante para Sandy Naiara Lunckes e Katiane Klein, Melhor Direção para Marcos Cardoso e Melhor Espetáculo no 21º Festival Estadual de Esquetes Teatrais de Novo Hamburgo. Moda de Viola fará a abertura do Festival na quinta-feira, dia 02 de agosto, às 14h15min.

                                                                        MARCUCOS – Experimentos Livres
Os colegas do grupo MARCUCOS, tradicional Troupe de animação aqui da região, irão compor a programação do Festival com intervenções artísticas. Nas palavras de Marcos Guarani, integrante do grupo, “Marcucos não é um projeto e sim uma prática. Almejávamos dar força e mais vida ao ideal daqueles que têm como missão propagar a alegria.”
São seis anos em que nos acostumamos a ver as ruas de Montenegro preenchidas com suas cores, gestos e muita interatividade. Sejam Bem Vindos! O Marcucos estará no Festival na sexta-feira dia 03 de agosto.


            Teatro do Clã – peça O Rei Cego de Montenegro.
Para encerrar o festival, O Rei Cego sobe ao palco do Roberto Atayde Cardona. A peça do teatro do Clã já realizou mais de 60 apresentações pelo estado e Uruguay.
O Rei Cego é a história de um jovem príncipe que enfrenta inúmeros perigos para trazer de volta a visão de seu pai. A narrativa está repleta de elementos mágicos, seres fantásticos e tem como temas a confiança, a esperança e a justiça. Quatro atores cantam, dançam e representam para dar vida aos nove personagens desse conto popular de encantamento.
O Teatro do Clã buscou na concepção do espetáculo um caráter rústico, no qual escadas, cubos, malas, tecidos e um boneco gigante interagem com a atuação dos artistas e a melodia de seus instrumentos. O espetáculo valoriza a imaginação convidando o espectador a uma viagem ao Reino do quem vai lá não volta. O Rei Cego encerrará o festival no Domingo, dia 05 de agosto, às 20h.




A TRAGÉDIA DO CORO – Coreografia de Henrique Leal (UERGS)

Os alunos dos cursos de Teatro e Dança da UERGS – Universidade Estadual do Rio Grande do Sul vem ampliar a diversidade das apresentações do Montenegro em Cena com a coreografia A tragédia do Coro. Sob a Coordenação de Henrique Leal, os atores/bailarinos apresentam sua composição coreográfica resultado do componente curricular Introdução à coreografia I. A Tragédia do Coro, abre as atrações do sábado a noite, às 20h.
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Atrás das Coxias-Daniel Barcellos


É bacharel e licenciado em Educação Física pela FEEVALE (2009). Formado no Curso Básico de Dança Clássica da Fundação Municipal de Artes de Montenegro – FUNDARTE (2011), pelo qual participou de diversos espetáculos de ballet. Atualmente, cursa a Graduação em Teatro: Licenciatura na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS.
Integrante da CIA. Teatro Novo (POA) nos espetáculos “Caravana da Fantasia – O Patinho Feio”(2011) e “Os Saltimbancos” (2011/2012). É bailarino do grupo de dança-teatro Troupe Xipô, de Montenegro, cujo mais recente trabalho é “Piazzolla Coreografado”, em parceria com a Orquestra de Câmara FUNDARTE e com coreografia de Carlota Albuquerque.
Possui experiência em iluminação cênica com Batista Freire (Empresa Luz Cênica) e é responsável pela criação e operação de luz dos espetáculos “O Balcão” (2011/2) e “Laços de Sangue” (2012/1), ambos integrantes da mostra da graduação em Teatro da UERGS.
            Daniel será o responsável pela iluminação do Festival Montenegro em Cena.
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1º Montenegro em Cena


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Atrás das Coxias-João Ires


João Ires Carvalho da Cruz, ou “João da Luz”. Um dos artistas mais completos aqui da cidade. Tem destacada atuação na música como saxofonista e violinista, fez parte da Banda Oficina,  e compôs para diversos músicos da região. Nas artes visuais desenvolve esculturas em madeira, xilogravura e outras técnicas. Trabalha na FUNDARTE – Fundação Municipal de Artes de Montenegro como responsável pelo Teatro Therezinha Petry Cardona, especificamente na montagem e criação de iluminação cênica daí o apelido “João da luz”.

             João Ires está criando os troféus do Montenegro em Cena, acompanhe algumas imagens do processo.


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Atrás das Coxias-Diego Ferreira

                          Dando continuidade ao quadro, “Atrás das Coxias” o perfil de Diego Ferreira:
              Ator, Professor e Diretor do Grupo Válvula de ESCAPE. Graduado em Teatro pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS. Em 2009 dirigiu "Wilma e Elza", em 2010, "Assovio no vento Escuro". Em 2011 "Tempos Perdidos - Exercício Cênico" e em 2012 está em criação o novo trabalho: "CONVERSA DE BOTAS BATIDAS". Diego tem se destacado por escrever comentários críticos sobre espetáculos teatrais no blog escapeteatro.blogspot.com, uma referência em informação teatral no estado.
Diego será o comentarista crítico do festival, responsável por escrever sobre os trabalhos que apresentarão no 1º Montenegro em Cena.


Para saber mais acesse: escapeteatro.blogspot.com

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Atrás das Coxias-Daniel Verselhese



              Um Festival como o Montenegro em Cena não se faz sozinho. Muito pelo contrário! Nossa arte tem como característica essencial à criação em grupo. E se não fosse uma equipe muito comprometida, não teríamos como realizar esse festival. Então, a partir desta postagem vamos divulgar um pequeno perfil dos profissionais que compõem a equipe do 1º Montenegro em Cena – Festival de Teatro de Montenegro.

             Para iniciar, uma breve descrição do trabalho do chargista e desenhista Daniel Verselhese, o Vêrsa.
             Versa é Ilustrador e designer. Profissional da imagem, apaixonado pelo que faz. Publica charges diariamente no Jornal Ibiá, veículo de grande circulação em Montenegro e região. Trabalha com Publicidade, Propaganda e ilustrações desde 1999. Ministra oficinas e workshops em escolas, feiras do livro e festivais. Foi patrono da Feira do Livro de Montenegro. Versa é responsável pela identidade visual do Montenegro em Cena.
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Saiu a lista dos selecionados para o 1º Montenegro em Cena.


Olá pessoal!

Acabamos de finalizar uma árdua tarefa que foi a escolha dos grupos que integrarão a programação do 1º Montenegro em Cena – Festival de Teatro de Montenegro. Inicialmente queríamos agradecer muito pela confiança nesse projeto, por terem se inscrito e acreditado nessa proposta junto conosco. Gostaríamos de frisar que a não seleção de algum espetáculo não tem um caráter de descrédito em relação à produção artística dos grupos e sim a falta de recursos suficientes para contemplar todos os inscritos.
Nas próximas edições pretendemos abarcar de forma mais abrangente a diversidade dos trabalhos. Foram 22 grupos inscritos neste festival e destes, 10 selecionados para a Mostra competitiva. Conseguimos ainda contemplar a participação de quatro grupos convidados para compor a Programação do Festival.
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Grupo: Grupo Teatral Só Deus Sabe
Peça: A lenda da cobra grande
Cidade: Maquiné
Direção: Rodrigo Azevedo


Um grupo de atrizes muito medrosas e atrapalhadas ensaiam para poder representar a tão famosa e temida lenda da cobra grande. Mal sabem as atrizes que o ensaio geral desta peça de teatro acaba sendo a apresentação oficial. Errar na frente do público, esquecer o texto, “dar o branco”, são assuntos temíveis entre estas atrizes. Será que elas vão conseguir driblar estas barreiras?
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Grupo: Cia de Artes Cênicas Balança mais não cai
Peça: Eu te amo
Cidade: Campo Bom
Direção: Allan Klaus


Meados da década de 40. O jovem casal Antônio e lola se ama muito. Juntos já conseguiram algumas vitórias: casaram, alugaram uma casa, em ter filhos. Ela é dona de casa. Ele é operário. Tudo é quase perfeito mesmo sendo eles de baixa condições financeiras, até o dia em que Antônio perde o emprego e eles passam a ter que lutar diariamente para que as limitações sociais não coloquem em risco a vida a dois.
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Grupo: 7 na Caminhonete-Ifsul Campus Charqueadas
Peça: Flores no Abismo -Experimento Strindberg
Cidade: Charqueadas
Direção: Douglas Castro


Flores no abismo-Experimnto Strindberg,é uma investigação teatral com base no Teatro-Performance apropriando-se do texto”A mais forte”.Conta a história de duas mulheres que ao descobrir estarem casadas com o mesmo homem planejam vingança,o que elas não imaginavam é queo destino lhes reservaria algo inesperado.Angustias,medos,perdas e amor,uma investigação sobre o comportamento humano.
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Grupo: Ateliê do Comediante
Peça: O amor é uma falácia
Cidade: Santa Maria
Direção: Laédio Martins


Max, um estudante de direito calculista e perspicaz, tenta conquistar o amor da bela Polly Espy, namorada do seu então colega de quarto em uma comunidade universitária, Petey Bellows, um sujeito dado a manias. Considerando a moça pouco inteligente, o estudante decide dar à sua pretendente um curso de Lógica. Como Pigmaleão, ao tentar moldar a mulher perfeita, o estudante é preso, enovelado, enganado, tropeça em sua própria armação.
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Grupo: Cheiro de Chuva
Peça: O auto da camisinha
Cidade: Taquara
Direção: Sabrina Schwan


Sete cenas: Um número místico para revelar a iniciação amorosa sexual de Benedito e Lionor nos tempos de Aids. O bom estilo dos velhos autos e folguedos se manifesta no uso da redondilha (versos de sete sílabas de forte apelo popular) e clara evidência de dois planos que se entrelaçam através de Benedito: o plano terreno e o plano espiritual. No plano terreno, além de Benedito, temos alguns tipos que representam não individualidades, mas grupos de pessoas: o rapaz ingênuo (Benedito), a mocinha esperta e decidida (Lionor), a balzaquiana fogosa (Sinhá Costureira), o velho solitário e desbocado (Padrinho). No plano espiritual, a antiga dualidade entre o bem e o mal, representada na peça pelo Diabo e pelo Anjo da Guarda, entidades internas do próprio Benedito, que acabam guiando a estória."
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Grupo: Núcleo de Artes Cênicas ParaNóia
Peça: Pra cada sapato um pato!
Cidade: Novo Hamburgo
Direção: Luis Fernando Rodembuch


‘Pra Cada Sapato um Pato’ fala da situação calçadista em Novo Hamburgo. Da sua exportação de calçados e da exploração dos operários. Indignação, medo, angústias e desamores de uma classe. Uma verdade nua e crua.
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Grupo: OTC – Oficina de Teatro do CLAK
Peça: Quase Amores
Cidade: Estância Velha
Direção: Cássio Schonarth


Quase Amores conta a história de Maria Ana e sua jornada em busca do namorado perfeito. Buscas, encontros e desencontros, amores e desamores ou quase amores.
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Grupo: Curto Arte
Peça: Receitas da Tia Herta
Cidade: Dois Irmãos
Direção: Carlos Alberto Klein



Tia Herta, uma senhora que perdeu seu marido muito cedo, passou a ajudar as pessoas através de suas receitas de chás. Para sobreviver fazia algumas de suas receitas para vender na vizinhança. É uma batalhadora, e sua melhor receita era sempre viver com bom humor. Uma comédia adulta, muito divertida.
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Grupo: Cômica Cultural
Peça: Vendetta Corsa – porque a minha ferida é mortal
Cidade: Porto Alegre
Direção: Júlio Conte



O corte pode ser no corpo ou na alma, o que conta é a permanência, a persistência da ferida. O tempo passa, mas ela permanece ali, sangrando em silêncio, sem perdão nem reparação. Uma mulher com sede de sangue. Um filho perdido, uma traição, um amor não correspondido, qualquer motivo serve de pretexto para a vingança. Uma dor sem fim, que impulsiona para a vendetta. Ela está em lugar nenhum, e surge, em ato, ação e sede. Uma faca corsa é a protagonista de crimes aparentemente inexplicáveis. Numa sequência aparentemente absurda uma estudante esfaqueia um rapaz na parada de ônibus. Um rapaz desesperado por ter perdido seu filho é impulsionado para seu abismo maior, sente o sangue nas papilas. Um homem enciumado, traído pela esposa e um casal de lésbicas em crise tornam-se vítimas do desejo macabro de Vendetta Corsa. O Delegado Pimentel se encarrega de solucionar os crimes, porém percebe que ninguém é imune a trama diabólica da faca corsa. Atos repletos de barbáries cometidos por marionetes humanas em prol da sede eterna por sangue. A temática gira assim em torno de facas, seu simbolismo e usos. A trama é a investigação de crimes perpetrados pela mesma faca. A magia da lâmina escolhe suas vítimas e seu executor.Uma parábola moderna do papel do homem frente a impossibilidade de controlar seus impulsos mais primitivos. Texto mais recente do premiado diretor e dramaturgo Júlio Conte.
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Grupo:
Peça: Zuccos
Cidade: Porto Alegre
Direção: Coletiva



Um exercício cênico sobre a psicopatia baseado na peça “Roberto Zucco”, de Bernard-Marie Koltès. Unindo a peça Roberto Zucco, escrita baseada em atos de um psicopata, inimigo número um em diversos países da Europa, com figuras conhecidas na nossa sociedade por crimes hediondos e assombrosos, como Charles Manson, Aileen Wuornos e Ted Bundy. "Quem é que colocou esse tronco sobre esse caminho tão reto para fazer você cair do abismo?" E se algo errado acontecesse nesse caminho? E se nós fossemos aqueles que caíram desse abismo?
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Grupo: Arena da Arte
Peça: Veleiro das Estrelas
Cidade: Sapiranga
Direção: Karina Bayer



A beleza e o encantamento de cada ser vivo está nos olhos de quem vê.  É preciso acreditar, ter fé mesmo quando a vida lhe impõe desafios. Para Edu o maior desafio é perceber que sua condição não é única e enxergar além, sonhar com seu veleiro repleto de estrelas e buscar conforto no sonho e na fantasia. Quando a vida lhe nega mais uma chance ele não desiste e acredita em sua capacidade de superar desafios e vencer mais uma difícil etapa. A amizade e o amor são os alicerces para construir uma realidade tão distante e desejada.

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1º Montenegro em Cena - Festival de Teatro da Cidade de Montenegro 02 a 05 de agosto. Teatro Roberto Atayde Cardona. Esperamos todos!





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