Edição 2013

2ª edição do Montenegro em Cena encerra com sucesso

O 2º Montenegro em Cena - Festival de Teatro de Montenegro foi realizado com êxito e novamente bem recebido pela comunidade local. Envolvemos dez grupos de teatro vindos de oito diferentes cidades para um público de aproximado de 1370 pessoas. Além disto, o festival realizou diversas trocas de experiências através dos debates realizados entre os participantes, jurados e comunidade. Realizamos a oficina “teatro e performance: corrosões e relações de criação” que trabalhou com aproximadamente 25 pessoas durante 8h. A oficina, ministrada por Francisco dos Santos Gick, foi parte fundamental do evento e também um diferencial em relação aos demais festivais de teatro do estado, pois proporcionou um intercâmbio entre os grupos, reduziu o caráter competitivo e contribuiu na construção de conhecimento dos participantes. Além da oficina, proporcionamos a realização de uma mesa redonda coordenada por Dionatan Rosa e Jessé Oliveira que discutiu “o lugar da pesquisa no processo de criação”. Toda a programação do Festival aconteceu no Teatro Roberto Atayde Cardona e foi gratuita para a comunidade montenegrina.
       Agradecemos a todos que contribuíram para que este festival acontecesse e reafirmamos nosso compromisso em realizar a terceira edição deste evento que fomenta o fazer teatral na região e contribui para o desenvolvimento cultural do estado. Esperamos todos!

Cássio Azeredo e equipe do Montenegro em Cena


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2° Montenegro em Cena - TV Cultura



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Clipping

(Click na imagem para ampliar)




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Críticas de Cássio Azeredo

É com muita generosidade que compartilho o meu olhar sobre três trabalhos que aconteceram no Montenegro em Cena. Inicialmente está função não seria minha, mas me diverti bastante fazendo. Reitero que lanço um ponto de vista sobre as criações, a partir de uma apreciação enquanto espectador, longe de querer criar uma fórmula, ou impor qualquer verdade. O ponto de vista é a vista de um ponto entre inúmeros. Espero que sejam úteis!

No ar


Grupo: Cia Fasta
A peça da Cia Fasta, nos aproxima (desculpem o trocadilho!) dos grandes locutores, divas, comerciais, e do universo das radionovelas. A trama enfoca o esforço de três locutores para salvar a Rádio Esperança que está indo a falência com o advento da televisão. O trabalho é criado de forma coletiva pelo grupo sem a figura de um diretor. E este é o primeiro fator que destaco: se esta forma de trabalho é um dos elementos que influencia diretamente na construção do grupo e impõe uma marca enquanto ferramenta de criação, o olho de fora é justamente o que falta para dar unidade à peça e aos elementos da encenação.


         A trilha sonora executada ao vivo por dois músicos que se revezam entre o trumpete e o violão apontam um bom caminho. Eles criam arranjos interessantes, apesar de ainda tímidos. O desafio agora é criar uma função dramatúrgica pra eles, fazer com eles se integrem enquanto elemento funcional dentro da narrativa.
         Penso que a representação dos atores também pode transcender um pouco o realismo da situação para tornar a cena mais teatral. E isso passa por uma tonicidade no corpo dos atores que ainda é tímida e não sustenta a ação na plenitude que poderia. Talvez isso contribuísse para um contraste mais evidenciado entre os momentos em que os personagens estão fora do ar e o lirismo das canções e da programação da radio.
Para finalizar destaco a atuação de Luiz Manoel Oliveira Alves que representa o personagem Evoé com belos momentos de sutileza e um tom nonsense muito interessante. E ainda a dramaturgia que termina aberta me permitindo imaginar o que aconteceu com a Rádio Esperança. É um belo trabalho que se criar raízes, tem tudo para explodir.

Sonhos (Im) Possíveis

Grupo: Teatro dos Sonhos
O grupo cria um belo trabalho que nos desperta os sentidos e inicialmente nos arrebata pela quantidade de signos visuais. Há um cuidado com a estética, com a visualidade, a luz, a trilha (!), o figurino e o cenário que é composto por três grandes panos que descem de cima até o chão. Todos estes elementos criam um clima onírico que dialoga com a proposta de pensar sobre os sonhos.
O coletivo parte de ações investigativas na cidade de Porto Alegre em que abordam pessoas para saber quais são os seus sonhos e a partir deste retorno se estabelece o ponto inicial para a criação de dramaturgia de Sonhos (Im) Possíveis. O texto final que se estabelece ainda não atingiu sua plenitude de comunicação, e devido ao excesso de formalidade e linearidade, não chega pra mim de forma viva. Gosto da pesquisa enquanto forma, e me instiga a pensar na possibilidade de representar os sonhos que habitam uma casa que está indo para o abismo, mas me faltam elementos cruciais como saber quem são estas pessoas e qual o tipo de relação se estabelece entre elas.
Outro ponto que destaco no trabalho é a formalidade que fica evidenciada no trabalho dos atores. Apesar de me chamar a atenção à limpeza dos movimentos (e em alguns momentos eles atingem o nível da ação), essa formalidade toda também não chega a criar uma segunda natureza que poderia me colocar em outra perspectiva de contato com a obra. Ainda há uma referencia realista, principalmente na fala dos atores, que me parece precisar de uma relação entre os personagens que algum momento contemple uma perspectiva mais humana, portanto também suja e menos formal.
Questiono-me o quanto esta formalidade que beira a pré-expressividade importa, interessa ou significa no acabamento final da cena. Me parece que há uma junção das imagens com o texto de uma maneira ainda brusca, e  com uma visível  arbitrariedade da literatura em relação ao acontecimento teatral. Talvez se as partituras expandissem a forma e servissem mais como matrizes, a ação dramática aconteceria com maior potencia.


Existem belos momentos dentro do trabalho, como a cena em que os personagens fazem tricô e o que sentam para tomar café. Especificamente o momento do café me aproxima do humano e naquele instante a formalidade serve apenas para sustentar a ação e aí se torna interessante. A cena do tricô contém um desenho cênico que revela uma sutileza e uma poesia muito interessante, porém, na minha visão, perde sua potencia justamente por não contrastar com todo o resto.
Porém há uma tensão nos textos e na forma como eles são ditos, há uma tonicidade no corpo dos atores, uma disponibilidade deles que é muito bacana. Acho legal o risco, a proposta, a tentativa de encontrar algo novo.  É um grande experimento, ousado, e que portanto, se recusa a ficar no senso comum. Acredito nesse caminho, nessa proposta e nesse grupo.


Grease: Sejam bem vindos ao mundo de Rydell

Grupo: Só Deus sabe
Grease: sejam bem vindos ao mundo de Rydell é um poço de criatividade e um divertido acontecimento teatral, sustentado principalmente pela inventividade do seu diretor, Rodrigo Azevedo. A peça arrepia deste o início, pois extravasa o palco com propriedade, convidando o público que está na rua, a entrar no teatro e no mundo a que se propõe. A vontade e a força deste grupo jovem toma conta da cena e cria uma atmosfera de representação que sustenta a falta da técnica. Tomo emprestado o termo utilizado por Francisco dos Santos Gick quando se referindo a peça a descreveu como uma “folia juvenil”. E é isso: uma festa em cena. Mas é também teatro, e bom teatro.
Grease é inspirada no clássico do cinema estrelado por John Travolta e Olívia Newton-John e conta a história da personagem Sandy que se apaixona por Danny nas férias, mas depois é esnobada por ele na escola em que estudam. Os recursos que o grupo usa para contar esta história apontam para uma teatralidade aflorada, que contribuem para uma poética festiva que já é marca dos trabalhos do grupo Só Deus Sabe.
Todavia os elementos da carpintaria teatral que sustentam a obra podem ser melhor explorados, como por exemplo a convenção dos biombos que giram e auxiliam na delimitação do espaço. Eles podem ser explorados não só pela funcionalidade própria, mas também para que contribuam enquanto signo (marcado coreografado). A afinação da luz não é funcional, principalmente pela falta de utilização de contra luz o que contribui para uma imagem chapada dos atores que não privilegia a tridimensionalidade. A trilha sonora cumpre a função, mas eu queria vê-los em algum momento cantando mesmo e não apenas dublando as canções do filme.
Ainda falta propriedade dos atores para representar personagens mais velhos – o que é sempre um problema quando se trabalha com adolescentes – e também em alguns momentos em que é necessário sustentar a ação mesmo quando não se está no foco dela. O Jogo com a bola de futebol americano não é crível como todo o resto, pois os meninos visivelmente não tem o domínio deste jogo. Ainda sugiro repensar o enxugamento das ações, pois dentro da narrativa tem alguns momentos que não contribuem para a compreensão da história.


Tive o privilégio de assistir quatro montagens deste grupo e me agrada está poética festiva que o grupo encontra. Porém as criações ainda não transcendem a potencialidade que elas mesmas geram. Penso que com cinco anos de trabalho, o grupo pode encontrar a motivação da continuidade e nos brindar com montagens um pouco mais maturadas.
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Críticas de Everton Santos

Amigos Teatreiros:

Referindo-me à produção escrita que farei sobre cinco espetáculos do festival Em Cena de Montenegro, prefiro me debruçar sobre os trabalhos com um olhar de espectador, procurando discorrer impressões por uma via apreciativa, ou seja, abordando pontos de vista que visem a valorização da obra montada.
A pretensão é de compartilhar diferentes concepções artísticas, refletir sobre escolhas e criar ecos sobre o nosso fazer teatral, solicitando descartarem toda e qualquer colocação que julgarem imprópria para o objetivo específico de sua obra.
As apreciações estarão disponíveis no renascencaciateatro.blogspot.com onde neste consta imagem dos autores de origem.
Assim, agradeço o aprendizado e a atenção de todos desejando sucesso ao Teatro!
Abraço,

Everton Santos - Diretor/Ator/Dramaturgo - Renascença Cia. de Teatro “25 anos fazendo muita cena...“

O MOÇO QUE CASOU COM A MEGERA


Adaptação do conto espanhol “Moço que casou com mulher braba”, de D. Juan Manuel, e da obra “A megera domada”, de Willian Schakespeare.
Equipe: Não Temos Nome Ainda – Novo Hamburgo
O trabalho, que demonstra empenho e dedicação da equipe, apresenta essencialmente dificuldades na dinâmica do espetáculo como um todo. Aponto como possibilidade de causa principal a lentidão no jogo de ação e reação, gerando-se lacunas entre uma situação de cena e outra. Os atores deixam de intensificar ritmo às cenas pelo tempo excessivo de resposta na contracenação. Perde-se a força das ações e isto torna a estrutura de representação quase linear, pois o espectador começa a se acostumar com um ritmo de perguntas e respostas onde a expectativa de surpresa fica a espera de um acaso.
A forma como o texto se coloca também ressalto como um aspecto de revisão. Deparo-me com uma musicalidade linear, o que ocorre muitas vezes com este estilo de texto empregado, pois o ator tende a cair no vício de uma musicalidade poética distanciada do sentido falado, da ação vocal a ser empregada. O surgimento de gritos abruptos e de melodiosas rimas sem tônus é outra questão a ser pensada, pois dificulta a construção de nuances aos personagens. A melhor articulação das palavras, que em momentos não se entende o que é dito, pode colaborar na limpeza da projeção vocal e no sentido do próprio texto, valorizando assim os diálogos e sua própria dinâmica.
Outro aspecto que abordo é o papel do Coro, que nos proporciona boas imagens dentro do espetáculo. Sua composição como elemento de cenografia é rico, porém ainda tímido em sua função. Vejo um aproveitamento pontual no momento em que auxilia na arrumação da noiva ou mesmo no “surto” de Petruchio, no entanto pode-se explorar mais a sua relação coringa de encenação, quem sabe até como um elemento satírico das situações.
Alerto ainda para o cuidado das locomoções nas coxias. Por vezes era visível a movimentação dos atores de um lugar para outro, esbarrando em cortinas ou mesmo entre si em saídas e entradas de palco. Isto tira o foco da cena e desmerece o trabalho. É necessário estar atento mesmo fora do espaço cênico e, quando dispomos de um grande número de atores pelos bastidores, a concentração e cuidado devem ser redobrados.

A farsa é um gênero que se caracteriza por sua comicidade exagerada, por gestos amplos, por personagens tipos bem marcados e principalmente pela forma de comunicação com o público. A peça hamburguesa não nega o gênero, no entanto percebo uma questão de apostar mais nas estruturas de construção cênica que uma farsa oferece, sugerindo provocar zonas de desconforto em um processo físico aos alunos atores, os quais possam experimentar outras formas de elaboração corporal para suas personagens, pesquisando diferentes maneiras de oralidade e ampliando a gestualidade dos movimentos característicos de suas criações. A comunicação com a plateia, trazendo-a para dialogar com a peça através do divertimento, é relação fundamental num enredo farsesco. O trabalho está encaminhado em seu conjunto e revela interessantes recursos de encenação, então sucesso, suor e diversão em seu fazer.

A COTOVIA E A ROSA

Adaptação do conto de Oscar Wilde “O rouxinol e a rosa”
Equipe: Núcleo Teatral – Guaíba
Trazendo uma concepção lírica, o espetáculo se pauta por um forte apelo estético, no meu ver, valorizando em demasia os elementos de composição da encenação como a iluminação e principalmente a trilha sonora, que nem sempre contribui com seu papel dentro da peça. Em princípio, a utilização destes recursos precede um olhar funcional, porém tenho a sensação de que estes efeitos técnicos ditam a condução do próprio trabalho. A trilha exerce uma marcação muito forte, direcionando todas as cenas, deslocamentos e gestuais das personagens, além de moldar a plasticidade de cada movimento sobrepondo-se à relação dramática do ator. As músicas aparecem, por vezes, sublinhando situações ou com extensa continuidade, esgotando o seu próprio sentido na cena. Remete-me mais a um universo coreografado do que a um universo com teatralidade.
Não vejo o ator sendo agregado à proposta da encenação na mesma medida dos efeitos técnicos, os quais nem sempre são bem operados. Percebo o ator em segundo plano, sendo ele um instrumento complementar de suporte e não o próprio suporte da dramaticidade do espetáculo. Dificulta-se a composição de um personagem com aderência, que possibilite o espectador ser tocado por sua ação sensível e não apenas pelo que um recurso técnico possa parecer exercer na cena. As impostações textuais com efeitos e musicalidades vocais lineares também são aspectos de esvaziamento do sentido das palavras ditas, e que aparecem de forma acentuada nas figuras da roseira e do estudante. Já a Cotovia é permeada por sensibilidade, mas um pouco tímida, segurada pela marcação da trilha sonora. Ela quem proporciona um certo tom de lirismo que a montagem se propõe.
O trabalho do ator precisa pulsar. Ele é a chave para a condução do espetáculo. É nele que ocorre a transformação de estados da alma, nos abarcando com seu silencioso e gritante sentido de agir. Ele é quem cadencia e sustenta, por sua experiência e tradição, a dramaticidade de uma cena. Resgatar a função teatral da atuação pode ser um passo...

MADAMES

Adaptação da obra de Jean Genet “As criadas”
Equipe: Grupo de Teatro da Fundarte – Montenegro
Permeada por um tom quase tragicômico, a peça proporciona, em sua totalidade, uma visibilidade de variações de estados dentro da atmosfera sádica do enredo. Surgem personagens com boa constituição e um cenário bem disposto com possibilidade de ser mais explorado. As músicas escolhidas para a trilha sonora, por vezes se relacionam bem com as cenas, por vezes não me dizem muito quanto a sua contribuição complementar de efeito. O som, em vários momentos é alto, prejudicando o entendimento das falas, além de aparecer algumas falhas na sua operação (atrasos e adiantamentos de entradas e manuseios abruptos). Questiono o emprego de fumaça como efeito auxiliador na construção de atmosfera, e me parece em demasia seu uso no início do trabalho.

Quanto às personagens, ressalto uma certa falta de amadurecimento na configuração artística das criadas necessitando de maior aprofundamento, pois trabalhar com qualquer situação de loucura exige muito do ator para passar o seu discurso com veemência, explorando as contrariedades que são frutos de um papel neste sentido. Isto é perceptivo em determinadas falas que surgem num tom mais marcado do que compreendido pelo sentido de reação. A falta de apropriação no manuseio de determinados objetos, os quais, no universo destas irmãs, são manuseados constantemente em seus rituais de assassinato, se tornando elementos de extensão de seu próprio corpo, também é questão a resolver. No entanto o espetáculo toma corpo e dinâmica com a entrada de Madame, personagem bem caracterizada pela atriz. Ela aproxima a platéia da história, cativa a atenção do público, proporcionando melhor entendimento do papel de cada personagem pela sua própria constituição de sentido e entrega às cenas de forma prazerosa. Alavanca o ritmo das enunciações textuais, contribuindo também na movimentação espacial e na integração de alguns objetos de cena.

         Trabalhar os universos dementes propostos por Genet é alvo de grande desafio para qualquer montagem. Suas ricas elaborações dramatúrgicas nos colocam em constante estado de inquietação, pois a necessidade do artista se desnudar de suas próprias questões morais e culturais é fato significante para a construção de seus personagens. E dentro da escolha do Grupo da Fundarte em encenar o sadismo explorado por Jean, não é diferente tais dificuldades. Pesquisar, aprofundar e procurar equilibrar as energias de atuação fará a amplitude do espetáculo.

 



TODOS POR UMA COISA SÓ

Baseado na obra de Guto Greco “Guerriros da bagunça”
Equipe: Tribu di Arteiros – Morro Reuter
 Um belo espetáculo infantil que agrada crianças e adultos. O mundo das brincadeiras de infância, das galhofas sem maldade, do faz de conta “às ganhas” trazem a esta montagem a simultaneidade e contrariedade do riso e da comoção pela situação despojada e escancarada da fome, apresentada de maneira leve e divertida.
 É uma grata surpresa poder discorrer sobre tantos pontos positivos neste trabalho: uma representação com forma e ritmo, um figurino apropriado, uma estrutura cenográfica funcional e bem elaborada, uma boa maquiagem, uma trilha sonora bem construída e operada, um texto dominado.
 A peça proporciona o gosto de ver teatro por sua dinâmica e, bem provável, pelo prazer dos atores em encená-la, pois é notável o prazer dos artistas em realizar o seu trabalho. No entanto, observo que os personagens Pezinho e Pança ainda necessitam explorar mais o seu vigor cênico para equilibrar com os demais personagens que demonstram uma energia diferenciada de encenação. Jogar e contracenar de maneira mais audaciosa talvez possa resultar a estes dois personagens maior determinação em suas funções e em suas estruturas de conflito.
O espetáculo está “redondo”, mas sempre pode melhorar. Sucesso!


A INTRUSA


Adaptação da obra de Maurice Maeterlinck “A Intrusa”

Equipe: Cia Retalhos do Teatro – Santa Maria

O grupo santamariense encara uma obra simbolista para fazer o seu teatro. Um mundo aparentemente desconexo e sem discurso de ligação, dentro de um contexto de loucura e degradação, é de onde parte esta montagem.

A encenação apresenta dificuldades na estruturação densa da situação de espera, que é o mote para a percepção do que está para ser revelado. O começo do espetáculo é grandioso provocando o pulsar do espectador através do silêncio e da ação contida da criada até o momento em que chega a família trazendo a avó cega. A partir desta cena surgem os textos e junto com eles, formas impostadas de enunciação e cantilenas lineares, criando uma ruptura do denso e se instaurando uma espécie de lentidão vazia. O excessivo vigor textual empregado por vezes, buscando gerar uma espécie de tensão nas cenas, distancia o espectador dos sentidos do que está por trás do que é falado, pois a faceta do subentendido não fica claro e não se sustenta apenas pelo que é dito pelo texto, mas como é dito o texto.
 O como também é fator implicante na ocorrência de ações e deslocamentos vagarosos, sem tônus, que ficam na superfície dos gestos fazendo com que a loucura não se sustente e não se mostre determinante das aparências e da própria incapacidade de percepção das personagens. Este jogo é importante para a instauração da encenação simbolista e enriquece o olhar e a atenção do espectador.
Mas me chama atenção a figura da Avó, personagem que me remete ao universo de contrapontos e de dualidades por sua construção. Aguça-me e me mantém focado por sua densidade palpável e por me provocar uma contínua sensação de expectativa. Centra em si o fio condutor do espírito da obra. Observo ainda, a constituição cênica da Criada em seus momentos de silêncio, pois quando o texto lhe vem, não se mostra com a mesma compreensão dramática, aparece deslocado, não corporificado e integrado ainda dentro de sua composição. 

Penso que o espetáculo, que se mostra preocupado em construir uma boa articulação, e que nos traz uma bela trilha sonora e boa iluminação, pode se debruçar na pesquisa do gênero, intensificando o experimento do silêncio e de pausas que falem mais pelas situações. As revelações dependem desta subjetividade. É o que sinto.

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Premiação do 2º Montenegro em Cena

 E o Montenegro em Cena escreve mais um capítulo na história das artes cênicas no estado. Foi uma semana incrível, de muito carinho e troca.
      Muito obrigado a todos que ajudaram a fazer esse grande momento. Segue a premiação oficial, todavia a maior premiação acontece dentro de cada um. Mais uma vez, obrigado a todos!

MELHOR TRILHA SONORA
Indicados:
• Daniel Soares Duarte - Sonhos (Im) Possíveis

• Cia Fasta - No ar
 

• Helquer Paez - A intrusa

Vencedor: Daniel Soares Duarte - Sonhos (Im) Possíveis                                           
                                 


MELHOR TEXTO INÉDITO
Indicados:
• Patricia Silveira e Natasha Centenaro - Sonhos (Im) Possíveis

• Cia Fasta - No ar

Vencedor: Patricia Silveira e Natasha Centenaro - Sonhos (Im) Possíveis

MELHOR ILUMINAÇÃO
Indicados:
• Cida Machado - A cotovia e a rosa

• Fabiana Santos - Sonhos (Im) Possíveis

• Juliet Castaldello - A intrusa

Vencedor: Juliet Castaldello - A intrusa                                     

MELHOR CENOGRAFIA
Indicados:
• Grupo Teatral só deus Sabe - Grease :Bem vindos ao mundo de Rydell
 

• Tribu di arteiros - Todos por uma coisa só

• Teatro dos Sonhos - Sonhos (Im) Possíveis

• Helquer Paez e Márcio Carvalho - A intrusa

Vencedor: Tribu di arteiros - Todos por uma coisa só

MELHOR MAQUIAGEM
Indicados:
• Tribu di arteiros - Todos por uma coisa só

• Cia Retalhos de Teatro - A intrusa

• Jéssica Christman e Alessandra Souza - No ar

Vencedor: Cia Retalhos de Teatro - A intrusa



MELHOR FIGURINO
Indicados:
• Rodrigo Azevedo - Grease: Bem vindos ao mundo de Rydell

• Tribu di arteiros - Todos por uma coisa só

• Teatro dos Sonhos - Sonhos (Im) Possíveis

• Neusa Matos - No ar

• Helquer Paez - A intrusa

Vencedor: Rodrigo Azevedo - Grease: Bem vindos ao mundo de Rydell



MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Indicados:
• Joana Dalpiaz - Grease: Bem vindos ao mundo de Rydell

• Thássia Lemos - Grease: Bem vindos ao mundo de Rydell

• Rafaela Costa - A Intrusa

Vencedor: Joana Dalpiaz - Grease: Bem vindos ao mundo de Rydell


MELHOR ATOR COADJUVANTE
Indicados:
• Luis Manoel Oliveira - No ar

• Rafael Jacinto - A intrusa

• Elison Pioner - Grease: Bem vindos ao mundo de Rydell

Vencedor: Luis Manoel Oliveira - No ar

MELHOR ATRIZ
Indicados:
• Franciele Aguiar - Sonhos (Im) Possíveis

• Rosmeri Lorenzon - Todos por uma coisa só

• Aline Ribeiro - A intrusa

Vencedor: Franciele Aguiar - Sonhos (Im) Possíveis

MELHOR ATOR
Indicados:
• John Becker - Todos por uma coisa só

• Anderson Moreira - Sonhos (Im) Possíveis

Vencedor: John Becker - Todos por uma coisa só


MELHOR DIREÇÃO
Indicados:
Helquer Paez - A intrusa

• Patricia Silveia - Sonhos (Im) Possíveis

• Rodrigo Azevedo - Grease: Bem vindos ao mundo de Rydell

• Rosmeri Lorenzon - Todos por uma coisa só

Vencedor: Rodrigo Azevedo - Grease: Bem vindos ao mundo de Rydell


Melhor espetáculo Juri Popular


Espetáculo:
3ª Espetáculo
A intrusa

2ª Espetáculo
Todos por uma coisa só

1ª Espetáculo
Grease: Bem vindos ao mundo de Rydell

&

Sonhos (Im) Possíveis


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Confira a lista das peças da 2ª Edição do

 Montenegro em Cena


Espetáculo: No ar
Grupo: Cia Fasta
Cidade: Porto Alegre
Duração: 40 min
Classificação: Livre

A magia por trás do som. É a partir dessa ideia que o grupo traz ao palco todos os encantos da Era de Ouro do Rádio Gaúcho. Com o advento da televisão, a perda de patrocinadores e o mau desempenho na audiência, três personagens apostam todas as suas fichas em uma única cartada que pode ou não salvar aquilo que deu sentido durante muitos anos às suas vidas: a Rádio Esperança.
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Espetáculo: O moço que casou com a megera
Grupo: Não temos nome ainda
Cidade: Novo Hamburgo
Duração: 50 min
Classificação: Livre

Inspirado no conto Moço que Casou com Mulher Braba de D. Juan Manuel e A Megera Domada de William Shakespeare este espetáculo traz a história de um moço que conhece uma rica herdeira, e decide casar-se com a moça. Até aí nada de anormal, se não fosse o caso desta moça não ter pretendentes, por ser uma fera. Esta moça é conhecida em toda a cidade por sua fúria e agressividade.
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Espetáculo: Sonhos (Im) Possíveis
Grupo: Teatro dos Sonhos
Cidade: Porto Alegre
Duração: 1h
Classificação: 14 anos

Três pessoas andam perdidas procurando um lugar para viver. Caminham até encontrarem uma casa abandonada. Quando encontram, invadem-na e passam a viver nela. Aos poucos começam a descobrir que a casa guarda sonhos que pertencem à sua história, sonhos que a habitam. Esses sonhos começam a ser vividos pelos novos moradores. Mais tarde, estes começam a perceber que além dos sonhos, a casa guarda um segredo. Ela está indo cada vez mais na direção de um abismo. Desesperados, descobrem que é preciso abandonar a casa. Têm que escolher se querem continuar e cair junto com ela ou se a abandonam e partem novamente em busca de um outro lugar para viver.
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Espetáculo: A Cotovia e a Rosa
Grupo: Núcleo Teatral
Cidade: Guaíba
Duração: 1h
Classificação: 12 anos

O espetáculo mostra o desespero de um jovem estudante em busca de uma rosa vermelha, única forma de conquistar sua amada. Uma cotovia sensibilizada com a situação, parte em busca de tal objeto de desejo, oferecendo em troca sua mais doce canção. Para atender seu pedido, uma roseira, maltratada pelo clima frio do inverno, lhe propõe um terrível sacrifício.      Amor e ironia estão presentes nesta adaptação da obra de Oscar Wilde, retratada de forma simbólica e com um cuidado estético que rendeu vários prêmios a este espetáculo.
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Espetáculo: Madames
Grupo de Teatro da Fundarte
Cidade: Montenegro
Duração: 1h
Classificação: 14 anos

Baseada no texto As Criadas, de Jean Genet, a peça “Madames” explora a relação sádica e de adoração de duas criadas por sua patroa, bem como a relação contraditória que ambas mantêm entre si. Ambientada nos dias atuais, o trabalho procura lançar o olhar sobre os conflitos de classe e hierarquias, através de uma experimentação de linguagens que tangenciam o bufonesco, o exagero e, de certa forma, o cômico. O cenário foi elaborado de forma a atender as necessidades da cena, privilegiando a ação e localizando o espectador no espaço em que o conflito se desenvolve. Assim como este, os figurinos, adereços e trilha sonora foram pesquisados e escolhidos pelas atrizes e direção do grupo tornando, assim, o processo criativo de inteira responsabilidade do mesmo.
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Espetáculo: GREASE: Sejam Bem Vindos ao mundo de Rydel
Grupo: Só Deus Sabe
Cidade: Maquiné
Duração: 50 min
Classificação: 12 anos

O Grupo teatral Só Deus Sabe mergulha no mundo mágico dos anos 60. Ao retratar arquétipos desta época, jogamos a partir de temas juvenis como o amor desacerbado, a intensidade, as amizades, entre outros. Conta a história de amor entre Sandy e Danny, se descobrindo na efervescência de suas jovialidades. Nasce então GREASE: Sejam Bem Vindos ao mundo de Rydel.
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Espetáculo: Todos por uma coisa só
Grupo: Tribu Di Arteiros
Cidade: Morro Reuter
Duração: 55 min
Classificação: Livre

É uma peça infantil porém para todas as idades, que tem como tema central a fome. Num lugar que mais parece uma selva de lixo dois bandos de mendigos separados por uma cerca disputam cada migalha para sobreviver. Em meio a esta guerra pelo alimento, dois jovens de lados opostos se apaixonam. É este amor que vai transformar disputa em união. O espetáculo propõe-se a discutir de maneira divertida, através de uma história leve, que mistura brincadeiras infantis e fantasia, temas como a pobreza, a reciclagem, os direitas humanos e o amor. É ele p responsável pela mudança na vida de toda a população deste país.
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Espetáculo: A Intrusa
Grupo: Cia Retalhos do Teatro
Cidade: Santa Maria
Duração: 45 min
Classificação: 14 anos

A avó cega e entrevada aguarda junto com a sua família a melhora da sua filha que está muito doente, pois deu a luz a uma criança que nunca chorou e parece de cera. O pai, o tia, o menino, a moça e a criada, esperam juntos com a idosa a chegada da Irmã de Caridade (freira) e o médico. Num clima denso e sufocante na casa, chega a visita inesperada da “Intrusa”.








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Jurados do Montenegro em Cena 

Para todos que estavam curiosos segue os jurados do 2º Montenegro em Cena – Festival de Teatro de Montenegro. Este ano temos um júri bastante diversificado com representantes das três universidades de teatro do estado: UERGS, UFRGS, e UFSM. Buscamos trabalhar com parceiros que acima de tudo tenham generosidade para auxiliar os grupos a qualificar seu trabalho artístico.

Dionatan Rosa

Graduado no curso de Bacharelado em Artes Cênicas – Habilitação em Direção Teatral pela UFSM de Santa Maria. Atuou em diversos espetáculos como: “A Esbofeteada”; “A Intrusa” “Anjo Negro” e  “Dois de Paus” – ambos com direção de Paulo Guerra. Dirigiu montagens como: “Na carne” – adaptação da obra “Navalha na Carne” de Plínio Marcos; “Álbum de família” e “Dorotéia” – dos homônimos de Nelson Rodrigues; “Torta de Baunilha” – do homônimo de Gabriel Albera; Recentemente dirigiu a montagem O Jardin Secreto. Dionatan é integrante do Teatro do Clã e atua na peça o Rei Cego. Além disto, atua como produtor, iluminador e oficineiro de teatro pelo estado.









Francisco dos Santos Gick

Ator formado pelo Teatro Escola de Porto Alegre (TEPA) no ano de 2009, é parte da Vai! Cia de Teatro, tendo atuado nas realizações da companhia: “Parasitas”, de Marius von Mayenburg, direção de João Pedro Madureira, e em "A Ilha da Desordem: exercício cênico baseado no poema 'Sangue na sapatilha ou: o enigma da verdade' de Heiner Müller", direção de João Pedro Madureira, uma processo de colaboração da Vai! com o Grupo JOGO de Experimentação Cênica. Atualmente experimenta na Vai! a condição de performer a partir do projeto Sincronário - Dia Fora do Tempo. Sob a direção de Zé Adão Barbosa atuou em "O Despertar da Primavera" de Frank Wedekind, espetáculo no qual foi também assistente de direção. Atuou na CASA DE TEATRO DE PORTO ALEGRE como professor do curso "Olhares sobre Teatro" e como assistente de direção nas montagens dos cursos: "Oficina de Montagem", ministrado por Zé Adão Barbosa e "Formação de Atores", ministrado por Alexandre Cardoso, Carlota Albuquerque, Graça Nunes, Jezebel de Carli e Zé Adão Barbosa. Atualmente cursa o quarto semestre do Curso de Graduação em Teatro - Licenciatura da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Em cinema, participou como ator de diversos curtas metragens e do longa Beira-Mar, produzido pela Avante Filmes (em processo de finalização), além da Série de Televisão Ocidentes-Aurora em episódio dirigido por João Gabriel de Queiroz.



Jessé Oliveira

Fundador e diretor do Grupo Caixa-Preta é mestrando em Teatro e formado em Direção Teatral pelo Departamento de Arte Dramática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul- UFRGS, onde cursou Especialização em Teoria do Teatro Contemporâneo. Tem apresentado seus trabalhos em todo Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Venezuela e Cuba. Recebeu em 2007 o Prêmio Florêncio de Melhor Espetáculo, pela Associação de Críticos do Uruguai por Hamlet Sincrético. É professor e coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Produção Cênica, na Faculdade Monteiro Lobato - FATO e foi docente na Pós-Graduação da Universidade de Caxias do Sul- UCS, Corpo e Cultura: Ensino e criação.
Autor do livro Memória do Teatro de Rua em Porto Alegre 2010 é um reconhecido pesquisador do teatro de rua no Brasil e América Latina e está concluindo o livro O Teatro de Rua no Paralelo 30 Sul – Um Olhar Sobre as Poéticas Teatrais a Céu Aberto a ser editado no segundo semestre de 2013. Foi vice-presidente do SATED-RS (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão - 2009/2011) e integrou sua diretoria desde o ano de 2000, foi membro do CEC- Conselho Estadual da Cultura – 2008/2009, atualmente integra o Conselho Gestor do Centro Cultural Companhia de Arte.
À frente do Grupo Caixa-Preta desde sua criação dirigiu Transegun (2003), Hamlet Sincrético (2005), Madrugada, me Proteja (2006), Antígona BR (2008) e O Osso de Mor Lam (2009) e Dois Nós na Noite (2010). É o idealizador e curador do Encontro de Arte de Matriz Africana e editor geral da Revista MATRIZ. Tem, em seu currículo, a direção de mais de 40 espetáculos de teatro, dança e música, tendo produzido a maioria, além de inúmeras criações como iluminador. Entre seus trabalhos de direção destacam-se: Sobre Anjos e Grilos, com Deborah Finocchiaro, Hamlet Sincrético e Antígona BR, com o Grupo Caixa-Preta.

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Vida Fora da Gangue mais uma atração confirmada

Enquanto não sai a seleção dos espetáculos concorrentes, seguimos divulgando as atrações convidadas para o Montenegro em Cena. O GFAC – Grupo Farroupilha de Artes Cênicas irá fazer o encerramento do Festival. A peça, com texto criado a partir da obra de Pedro Stiehl e direção de Cássio Azeredo, encerra o festival no domingo, dia 03 de novembro, às 19h30min, no Teatro Roberto Atayde Cardona.

Quatro amigos fundam um jornal na escola e a partir dele enfrentam os inúmeros problemas da adolescência, tantos os próprios, quanto os causados pela gangue do Druído, uma turma nada fácil de enfrentar. Tudo fica mais difícil ainda quando a Carlinha resolve passar para o lado do Druído, além de se envolver com drogas. O universo adolescente, o medo da solidão, as drogas, as gangues, os sonhos e a identidade desta faixa etária são revisitados em Vida Fora da Gangue.


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O Músico e o Mágico no Montenegro

em Cena

Iniciamos as postagens da edição 2013 do Montenegro em Cena divulgando nosso espetáculo de abertura. Através de uma parceria com o SESC Montenegro, foi possível trazer Érick Chartiot e Carlos Badia para O Músico e o Mágico.
Dois artistas preocupados em ganhar seu sustento apresentando para os passantes encontram-se na mesma rua. Ambos, preocupados em atrair as contribuições espontâneas das pessoas, não querem ceder espaço ao outro. Desta situação nasce um conflito que dá inicio à história que leva o público a se surpreender, a rir e se divertir. Mas como nem tudo é o que parece ser, deste encontro também nascerão situações poéticas e emocionantes, capazes de levar o público a uma reflexão sobre o verdadeiro sentido da arte.

A peça será apresentada na quarta-feira à noite, dia 30/10 às 20h no Teatro Roberto Atayde Cardona. Desde já agradecemos a presença do grupo! Sejam bem vindos!



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